No final da década de 40, os dirigentes do Ideal Clube, resolveram limpar um depósito que ficava na ala norte do prédio e, montaram a primeira boite de Manaus, a famosíssima “Boite Moranguinho”.
Sob a batuta do Bernardo Cabral, Carlito e Altino Azevedo, criaram a Juventude Idealina (JI) - a boite funcionava somente aos sábados, permitindo aos freqüentadores usarem roupa esporte (uma novidade para a época) – a atração era o pianista Aristóteles Melo.
Naquele espaço, acontecia tudo de bom e melhor que existia em Manaus, era o “point” das moças e rapazes da classe média alta – os elegantes e jovens ricos da dos anos 50.
Devido às cores das paredes, o local era chamado carinhosamente por “Vermelinho”, depois ficou conhecido por “Moranguinho”.
O nosso saudoso senador Jefferson Péres, assim descreveu o ambiente naqueles tempos bons: “As moças compareciam, sempre, em companhia de casais, com os quais, igualmente, regressavam as suas casas. Garota sozinha, acompanhada de amigo ou namorado, nem pensar. No decorrer da festa, as jovens deviam permanecer sentadas à mesa, à espera de convites para dançar, tinham pavor de fazer “crouchet”, isto é, de passar a noite sem ser convidada para dançar. Os jovens para não passarem vexames, faziam um sinal para a garota e já iam na certa. Os dirigentes eram muitos zelosos da ordem e do decoro: não permitiam agarramentos, passos de gafieira e beijos na boca! Tocava-se exclusivamente música romântica: eram os Fox-blues americano, como Sumertime, Moonlight Serenate, Mona Lisa, Blue Moon, Again, Tenderly; ou Foxtrotes, como Chee-to-cheek e Tea For Two; ou Boleros do repertório de Pedro Vargas e Diogo Rio”.
Esta boite ficou em cartaz por décadas, nos anos 70 os jovens se embalavam ao som do Conjunto Blue Birds, as crianças tinham vez na “Papinha”. Mas como tudo é bom um dia acaba - o Moranguinho acabou - no local foi aberto o Teatro Gebes Medeiros. Os jovens ricos de Manaus, do século XXI frequentam o Le Gens 300, Café Cancun, Cervejaria Fellice e Allegro.
A Boite Moranguinho ficou somente na lembrança!
Faltou relatar a participação do conjunto Os Embaixadores, no qual eu fui a primeira crooner de Manaus em 1969. Fazíamos apresentações na Boate Moranguinho, assim como, no Salão dos Espelhos e Parque Aquático do Atlético Rio Negro Clube, Cheick Clube e também no Bancrévea.
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